Riscos de uma cirurgia estética

Riscos de uma cirurgia estética

Existe muitas vezes informação incorreta e falta de conhecimentos, que levam a confundir, quando se faz uma cirurgia e em especial uma cirurgia estética, RISCOS, COMPLICAÇÕES, MAUS RESULTADOS ou RESULTADOS DIFERENTES DOS ESPERADOS. Isto passa-se a todos os níveis sociais, culturais e educacionais, pois com relativa frequência, vêem-se nos órgãos de comunicação social pessoas com formação elevada a confundirem e afirmarem coisas que não são o que parecem nesta matéria.

De uma forma geral e concreta, não se pode afirmar que não haja riscos quando uma pessoa se vai submeter a uma cirurgia, seja ela qual for, pequena ou grande, com anestesia geral, local ou outra. O que se passa é que o risco é maior ou menor consoante o tipo de procedimento a realizar, as condições gerais e particulares da pessoa, as condições do local onde se vai realizar o procedimento no que respeita à segurança, os equipamentos de emergência, a realização prévia de uma consulta e exames de rotina, e uma adequada proposta e planificação da cirurgia a realizar. Pode haver impedimentos de ordem geral ou local que podem levar a adiar uma cirurgia temporariamente ou definitivamente.

Em rigor, e de uma forma exagerada, podemos dizer que desde que se nasce que se correm riscos. O risco aumenta consoante o que fazemos e ao que nos sujeitamos. Andar de mota terá mais riscos do que andar de carro, e este terá mais risco do que andar a pé. Aqui, são as probabilidades que pesam e aumentam o risco. Estudos estatísticos Americanos revelam haver muito menos riscos em fazer uma Cirurgia Estética do que andar de automóvel.

Ainda assim, não deixamos de fazer o que temos que fazer por haver risco. Temos é que ter consciência dele e reduzi-lo ou anulá-lo, tomando as medidas e precauções adequadas para que seja mínimo ou inexistente. É o que se faz em Medicina e em Cirurgia, em que se trabalha com o chamado «risco calculado». Por isso se deve sempre garantir que os meios humanos e materiais sejam os adequados. Tudo isto ainda é reforçado se acrescentarmos as novas técnicas cirúrgicas e anestésicas, menos agressivas e mais seguras.

Do mesmo modo, a realização de várias cirurgias no mesmo tempo cirúrgico, cirurgias muito demoradas, aumentam a “agressão”, o trauma cirúrgico, os riscos, as complicações e o tempo de recuperação. O que parece poder ser mais rápido pode tornar-se muito mais lento. Defendo que sejam feitos programas de cirurgias seriadas e programadas de acordo com cada caso, sendo apenas realizadas cirurgias combinadas em casos menores e pontuais, devidamente ponderados e realizados em segurança.

Minimizar os riscos passa também por uma escolha criteriosa e correta do cirurgião que o vai tratar, devendo ser um especialista com experiência e formação em Cirurgia Plástica e Estética, com uma boa formação de base, de forma a conhecer todos os possíveis riscos de cada cirurgia que realiza, podendo assim evitá-los ou saber tratá-los e orientá-los corretamente caso venham a suceder.

Deve escolher um Cirurgião Especialista que esteja sempre presente para a acompanhar. Infelizmente é cada vez mais frequente a vinda de Cirurgiões de outros Países, sem qualquer controlo de entrada, saída ou permanência, a operar na total clandestinidade, ganhando dinheiro fácil e sem pagarem impostos. Infelizmente quando ocorrem complicações, que são mais frequentes do que é habitual, as pessoas que recorreram a estes cirurgiões já não sabem mais deles, se voltam ou não, e vêem-se muitas vezes com sequelas difíceis ou mesmo irreparáveis.

É muito fácil saber da situação dum Médico ou Cirurgião no nosso País. Basta uma consulta ao Site ou um simples telefonema para a Ordem dos Médicos a perguntar se o seu médico está inscrito na Ordem em Portugal e qual é a sua situação e Especialidade.

Assim diminuem-se muito os possíveis riscos.

Ninguém está interessado em correr riscos desnecessários, nem médicos nem doentes, por isso tudo deve ser bem ponderado e feito como deve ser. Os imprevistos são e serão sempre imprevistos, mas tudo o que for possível prever e evitar deve sê-lo a todo o custo.

Artigo original aqui

Escrito por Dr. Ângelo Rebelo

Licenciado em Medicina em Julho de 1980 na Faculdade de Medicina de Lisboa, com a classificação final de 15 (quinze) valores.
Internato da Especialidade de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética entre 1984 e 1990 nos Hospitais de Santa Maria e Hospital de São José, em Lisboa.